Poderia falar de cores, paisagens ou de situações,
Poderia teatrealizar-me em versos de fino recorte.
A escrita que me invade não obedece a rituais.
Posso falar da fé,
Posso falar porventura deste anseio que me persegue,
Posso falar de mim... Triste sorte.
Poderei falar ou não falar.
A escrita é livre e solta,
São letras soltas que comovem os olhos dos leitores.
O pensamento, a emoção das palavras.
O escritor encena-nos,
O escritor conta uma história ao leitor.
A escrita somos nós e o enredo,
Dizem horrores ou sofrimentos,
Dizem deste anseio que é o absurdo da nossa vida de trabalho,
Um quotidiano de trabalhar para viver,
Uma casa por amortizar ou uma criança a crescer.
A escrita faz-nos patetas ou tristes.
Eu sou a escrita do sentimento alheio, do momento que passa,
O entardecer ou amanhecer,
Sou o nocturno,a orquestra.
Sou o verso oculto maldito.
Ou talvez algo mais,
Ou talvez alguem com certa disposição por algo mais fácil,
Domingueiro como dita a tradição ancestral.
Escuto os conselhos dos outros e fico só,
Só e temente a Deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário