Não tenho tempo,
Irresistível modo de silêncio embaciado na pele,
Se pudesse o câmbio, outro espaço, outro eu,
Se o sonho pudesse o fim,
A máquina ainda parada no chá de luz,
Segredos em tons pálidos e serenos,
Porque o plano é sobretudo emudecer o grito,
Sobretudo a impaciência,
O corpo em metamorfose cinza e pardo, convalescente
Como uma visão de velhos fumando irrealidades em
Jogos de cruzes e histórias de mulheres do passado,
A imagem nublosa, a face recria um momento de aves,
A alma como pairando sobre o som semi breve da cor
Em que recordo um livro infantil,
Balões e velas e um enredo de sombra,
Nada deriva já do gesto de resistir,
A mão não poisa serenamente no cálido acontecer de nudez,
Esquecer o azul, custa-me o esquecimento,
O lento apagamento do pente imaginário,
A alquimia do vento que recrio em cada estrela do sonho sempre em constante movimento.
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