terça-feira, 21 de maio de 2013

Ontem


Dizer-te do meu espirito,
Algo pouco ou muito de mim 
E nessa entrega o meu todo,
Como se não interessasse,
Fosse mero sonho que tivesse sonhado.

Por vezes não recordo tudo o que tenho guardado
Dentro do meu coração,
A memória do ontem é passado longínquo,
Emoções adormecidas,
Visão de Sol que procura abrigo
Em nuvens no horizonte
Sempre longe,
Continente e constelações
De planos ocultos
Que revelo em imagens de memória,
Tal como o corpo letárgico,
Relógio de corda,
Compasso de espera em estações de comboios,
Que vão e vêem
E eu permaneço instável e ansioso 
Por te dizer que não esqueci 
De tudo o que em mim mora e me subtrai
Da vida, do mundo,
Do jornal na banca com títulos grandes,
Que leio e finjo me interessar,
Porque já nada me interessa,
Já não sei ou
Ouso sequer sonhar.
Abro os olhos 
E vejo o meu retrato de solidão,
Que não diz nada,
Não tem expressão.

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