sábado, 2 de novembro de 2013

Riso

Palavra morta,
Gargalhada de angústia,
Escárnio
Do que não tem assunto
Que não é riso,
É lixo dissonante, trivial.
Se a minha alma se cobrisse de graça
E se o meu semblante
Se tornasse alegre, jovial,
Faria do meu riso
Canto de imagem feliz,
Acenderia com luz de magia
O circo, a música, a cor,
A hora certa, o real.
Mas o que me cerca não tem sentimento,
Nada me recorda a sensação
De braços que outrora me esperavam,
Química de ternura, ser sensual.
O dia é fútil relógio
Que insiste em parar o momento,
Enreda a espera,
É apenas corpo vão.
E quando não tenho paciência,
Me encosto em instante de morte,
Não encontro o gracejo,
Pois tudo é triste,
Eclipse de ilusão
Na fantasia de conceitos e ideias,
Em mente que levemente
Transfigura o concreto, o ser singular.

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