sábado, 9 de novembro de 2013

Olhos Cegos

Dois olhos cegos,
Noite do desespero de insensatez
De algo que me escapa, é mais longe,
Noite, o teu manto de estrelas,
A tua solidão é o meu desejo,
Há algo de transcendente em ti,
Envolve-me a luz de alma 
Em fusão de sono e real
E perco-me em saudades do que já fui,
Não volto atrás e choro de saber-me ausente
Da metade que sou, do que já fui.
Não sei o que sou,
Procuro-me, acho-me só,
Ando envolto de sombras,
Distante em qualquer lugar de treva,
É frio e escuro o movimento,
Gesto de alma,
O obsceno acenar ao absurdo,
Ação, drama de realidade
Em mórbido momento em que desfaleço o acontecer
De dois olhos cegos na noite,
Metamorfose de espelho,
Estilhaçar de memória demente,
E Deus é a luz onde um dia irei morrer na palavra
E calarei o infinito.

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