sábado, 7 de março de 2015

Caravelas

Altas caravelas de mar encrespado nas ondas de praia,
A linguagem é um piano de teclas de matines 
E corpos que sopram o conteúdos de dedos,
A manhã custa-me como cansaço ou força de lenhador,
Nada é traduzível no cheiro de letras num jornal,
De um café e um cigarro como se estivesse em Paris
Como se a importância de sinais de prazer fosse
Talvez o impronunciável
Ou a chuva de Agosto embaciado numa janela
E resisto a tudo,
A banalidade é importante
E a tosse e o espirro de conceitos
E a fanfarra passa,
O mar é algo que não domino,
Aprendo o ritmo,
Azul de imagem que fixa o momento,
Olhos vazios e tento definir-me
Como nunca sei aprender o meu drama.

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