sábado, 7 de março de 2015

Esquecer

Vou esquecer, perdoar, 
Já me basta a força que não tenho
Que resiste à análise, à vida de lamento
Neste arrastar de mágoas,
Não denuncio ou renego ou vou semear pânico,
O que tenho no meu peito é bastante forte para me manter são
Ao preconceito, ao olhar de lado ou ao que não fui,
O papel ou a tradução de papéis é incongruente
E em pleno teatro de morte meço forças com o oculto de minha alma
Que é tão minha desde que nasci, está intacta como sempre fui eu
E que quiseram deturpar como filme de qualidade duvidosa,
A solução de enigma está em mim mesmo,
Não peço nada apenas o que sou e me foi retirado,
A igreja fareja mas não domina o que na minha alma,
Chave de mestria de todas as portas de mim mesmo,
Canta-se o fado, dança-se folclore,
Químicos que copiam e um estranho filme de idiotia de repetição,
Nada é inglório e tudo perdoou pois eu sou eu
E eu sou mais que deturpação, mais que filme,
Nunca fui para além do que sou do os versos insinuam,
Querem papéis, sim, distribuo-os como vento,
Mas quebra-se a ilusão de filme que a razão me foi arrancada quando quis ser eu,
Querem mais papéis,
A confissão dos pecados que não tenho
Não está em mim mas em quem me quis mal
Como análise de sangue ou alquimia de vento
E a cabeça é um moço de recados,
Querem papéis,
Talvez se fossem vós mesmos
Ou no cinema de interrogação de mais análises ao incongruente de palavra de doença
Que é a fonte dos enigmas que não me pertence e ignoro no meu papel,
Pois doença é o espelho do negrume que não me pertence.

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