domingo, 5 de abril de 2015

João Carlos

João Carlos,
Este nome gasta-se como cor 
No meu peito, palavra nua, latejando por luz,
Ainda não este nome,
Nunca, talvez e sempre,
Sou o meu nome inconclusivo,
Enigmático como ciência,
A ficção de morte,
A alma despida,
Não real, não sou eu,
Deturpado roendo o coração,
Não perco este nome,
Vou, embalado, rumo ao encontro embaciado,
Ruas e becos sem saída
Na esteira de me conhecer,
Perdendo-me e achando-me na ideia de meu nome gasto e inconcreto,
Nunca fugi o meu nome mesmo ambíguo,
Mesmo só, sou eu,
A luz não acende ritmo de choro,
Ainda memória irreal,
Ainda não cumpro,
Só e escuso,
Tarde para encontrar sentido de eternidade
Que reside no mistério de eu.

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