Há um território denso e neutro
Na face de um papel,
Esboçam-se letras, imagens, teorias,
Um mar calmo de desejos, uma emoção perdida, um queixume,
Um mundo discreto e fundo na imagética lisa e branca da folha,
Do inicio e fim, na inspiração, no desaire e no estilo do poeta,
Na conversa entabulada como segredo ou enredo que rompe barreiras
Que foge a estereótipos ou cálculos aritméticos,
Pois a confissão normalmente é uma reza
Como imagem espelho, como calma lúcida,
Como algo em sintonia e áspero no tacto de perceber,
A história embevecida ou rude no sentimento,
Há várias leituras e o que ficou por dizer e o que se sub-entende,
E a metafísica escondida e a metáfora sorridente
E o que a palavra não alcança e tudo o que o leitor percebe
E o código e o adorno gramatical e a figura de estilo
E o silêncio e a cumplicidade.
São as faces do papel, a sua expressão,
O seu jeito de sorrir, nos acarinhar,
De fugir ou apenas se manifestar.
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