terça-feira, 8 de outubro de 2013

Frívolo

Um candeeiro numa qualquer sala,
Sono em redor num quarto,
Janelas com persianas fechadas,
Há uma conversa ao telefone,
Não se percebe quem fala, o que se diz,
Eu anulo o ser, o que sou,
Deixo de ser,
Fico distante de tudo
Estando, embora, concentrado
Em sons de aranhas, insectos,
Sons de parede, de Universo,
Ouço-me em memória de pensamento
Tão nobre e isolado,
Não me recordo do que penso,
Perco a memória
E desligo o ter sido
Ainda presente no que penso,
No frívolo sonho de outrora que sinto.

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