Magia de afecto
Mascarado em silêncio de nuvem,
Som de Universo.
Tudo o que existe é meu
E tudo não me interessa,
Jogo infantil, programa que distrai,
Mas em ondas infinitas de ser o que pareço,
O que encontro nos outros é o mesmo desnível,
O mesmo desdém,
Não me dão o sentido, a abstracção
Que preciso para me afastar de mim,
O que não gosto está no remédio metafísico
Da ciência, do fugir a convenções,
De fingir o verso,
Sou eu, esgueirando em surdez,
Lamentos de infelicidade,
O peso da palavra não imprime o que quer dizer,
Não acredito em palavras sons,
Palavras cor, palavras quiméricas
Assimétricas,
O abecedário de sensação
Que deito fora em gestos
Para ter mais sentido no que digo,
Acredito em almas que pairam, esvoaçam
Conceitos, decifram o oculto, o orgulho
Traduzem a semelhança,
Mas palavras não dizem nada,
Só creio em desilusão de transparência,
Inércia de acção,
Trôpega realidade manifesta.
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