Talvez as probabilidades,
O ser e não ser ou ambos já não sei,
O sonho de poeta na calada da noite
Que não sente o murmúrio, a voz do coração,
O que andei por aqui a fazer este tempo todo
Que enredo de aranhas, que teias lunares
Teceram ao de leve este vestido de neutra estação,
Embebido em ténue deslumbramento deixei as mãos ao abandono,
Deixei ir, larguei-me,
Alvo derrotista, fantoche desapropriado
Não espanta nada apenas a alma o sustem
E o susto, o medo desembaraçado na pele,
Tenho momentos, estilhaços, imagens embriagadas,
Nocturno cérebro, manhãs injustas,
A aritmética de pensamento da equação de estrelas,
Um choro demorado, soluços,
Coço a cara, os olhos e penso em declives,
Em detectives e na luz tosca,
O universo é um verso,
Toco o piano, o som imaginário,
A desunião, um breve trecho de melodias de enciclopédias e pássaros,
Retratos de sonhos, ervas e campos em flor,
O casulo de uma borboleta,
O trigo a ondular, a minha memória de pranto,
O ritmo dos números pares,
Serei o espírito da recordação,
Os ambientes decadentes,
A imigração celeste
E o motivo causa e consequência desta minha tristeza,
Os papéis da fuga animal de oração perdido do meu peito.
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