quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Mágoas de Papel

Oh noite de mágoas de papel,
Noites cálidas que se dissipam no profundo sentir,
Que perfume de estação reina em tua prisão de momentos estáticos,
Que perfeito colar de retina de olhar se cola em mim neste arfar demente 
De pressentir que tudo cabe num já ter sido,
Numa ilusão que de pobreza se enaltece o espírito,
Por ser mais que isto,
Mais que real, mais que andar à deriva,
Mais que costura em boneco esfarrapado,
De beleza que perdura,
De sentir a perfeição do ser que
Escava a tirania, que percorre o gesto de sair,
Ainda a história não é concreta e
De ilusões como castelo de cartas,
A humanidade cai como fonte ou regato de voz que morre nos meus versos,
Espelhos de virtualidade,
A violência do lesbianismo na esteira de morder como calar
Ou no acréscimo de lupa ou chá
O coelho, o chapeleiro e Alice
Fogem para debaixo da mesa
Com medo de encolherem ou falarem com ninguém que ouve vozes pálidas,
No chá uma folha de treva,
As folhas de chá como são horas de erguer a luz
De afinal não haver tempo para correr até ao altar
Onde se benzem os humanos que olharam Alice,
Gesticula o momento de cumprimentar o destino que jaz
No engano de sorriso
Que colho de uma árvore,
Frutos maduros e ervas de assunto
Como um perfeito encolher de ombros
Ao texto que sai de improviso do
Papel de outras eras.

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