quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Riso Fúnebre

A celebração do eterno adeus
Neste desaire de espírito de madrugada de fuga
Num acordar de conhecimento lento e sempre novo
No processo de mostrar o que é real
E o que sobeja de nós.
O Outono estival embriagado de rosas e musgo das paredes de silêncio
Faz-me feliz como algo que traduzo ao observar
As gentes, o mundo, isto que me rodeia e volteia como nunca esqueço
O que vivo e semeio e colho de magia impressa em mim.
Ainda os pássaros da juventude de cabelos esvoaçantes
Na luz de dança como caminhasse degrau em degrau
Na passagem da memória eterna
Que jaz em minha mão de areia,
No meu corpo diluído,
Na face de ouvidos, nariz despido
Nesta manhã de vento que cumprimento
Em suave deslumbramento a posição de união,
A posição que entra sem convite, ensimesmada e sempre actual
Ao riso fúnebre e tosco como imagem de um sentimento.

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