quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Cheiro das Plantas

Um verso, ditado de alquimia,
O que diz um verso no seu reverso,
O que diz o sábio se não sabe,
O que diz um nome se não se nomeia a razão de o dizer,
O que oculta o enredo de um gesto,
Qual o nome deste segredo,
Degredo de assunto que cai na encosta do grito
Que rói uma encosta, que sufoca a impaciência de existir como vento,
Como muro que esconde o deserto, o jardim calado,
A mórbida sentença, o susto da pele na cama dos amantes,
Um solfejo de cores garridas nos instrumentos que rasgam a paz,
Sempre em frente, a vida exausta,
Cumpre-se o fado,
O momento de dizer não ao cálido cheiro das plantas.

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