sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ave

O que é feito da tua liberdade, pobre ave?
Sobressaltado, dizes: 
"Sim, está tudo bem" a um espelho de imagem cega.

"Falta-te tempo para seres feliz,
Tens medo de ser quem foste
E por mais que batalhes nesta fria e constante
Guerra do poder seres quem és,
Sei que vais perder tudo o que há em ti".

Agonia por mais um dia desperdiçado em cogitações sonâmbulas,
E João onde estás tu?
Estás na face que te deram?
Estás no nome que é teu?
Estás no que pensas ou no que dizes?

Que é feito da tua liberdade, triste ave?

"Queres fugir mas estás preso num deserto de miragens,
Impacientas-te se sozinho estás,
Não és tu quando finges que és alguém,
Queres desistir em todo o teu esplendor".

E este poema em jeito de desamor
Não poderia nascer sem uma flor,
É ela que te dá vida, coragem, amor
Que num segredo guardas no teu rubro coração,
Paleta de pintura,
Cor de emoção.

Sem comentários: