Chegou o dia da minha vida,
O momento eterno de pensar,
A hora que não é certa,
Teima em se atrasar.
Eu ficarei entregue a este sucumbir,
À longa forma de me perder,
Rosto, desilusão,
Acaso, coincidência ou carro com faróis acesos
No meio da noite que me deixa cego,
Instante de dança,
Crença de amor destroçado,
Resistência de corpo.
Sou eu teimando em rancores,
A libertar-me de ausências,
De regras, de fome, de pertencer, de voar.
Tenho lágrimas no sentir,
Nevoeiro em querer ficar,
Mais eu, e tu e tudo
O que não se diz,
Se arrasta no meu pensamento
De inclinação, escavado, nu, gasto
Que não confio, não consigo calar.
No passado aparece a ficção
Em presente que construo
Na mente de barulho,
Não me consigo libertar,
Desejo a fuga ao sonho
Que para mim é real
E é tão escuro e real o sonho
A imagem é sã,
Os meus olhos sentem,
O vento sopra veloz em cadência,
Transfiguração de dormir,
Não sei como começo,
Não sei como vou acabar.
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