Perguntei a um mecânico se sabia o que era poesia.
Respondeu, veemente, que é o óleo, a gasolina de um automóvel.
Não contente, perguntei a um padeiro o que era poesia.
Disse-me que era o fermento, a farinha do pão de cada dia.
Perguntei, a medo, a um bibliotecário se os poemas têm prazo.
Ele não entendeu a pergunta e passou a outra pessoa.
Requisitei o livro, poesia séria.
Fui para o jardim, sentei-me concentrado e circunspecto.
Li folhas, letras, páginas inteiras, pensei, traduzi os versos, rimas, metáforas, o seu significado, o que me chamou à atenção.
Sei que a poesia é o belo e beleza não tem preço.
Fui para casa, deitei-me e o livro no pensamento.
Desfiz o livro em sono e letargia.
Quando acordei o livro estava no mesmo sítio
Só eu não era o mesmo.
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