sexta-feira, 31 de outubro de 2014

No Ar.

No ar, ainda com uma certa humidade e frio,
Respirava-se o bom senso 
E as intrigas dissipavam-se na geada das plantas,
Fiquei preso no tempo como discurso maníaco de ansiedades
Como um voo de andorinhas ou andar distante dos animais que rastejam,
Fui cumprimentar o senhor que me sorriu,
Fui abraçar o momento,
Despi-me na mão que apertou a outra mão,
Ainda cansado desta vida revi o colo que aconchega,
A transferência de sentidos
E um afecto que digeri num café,
Estou alerta para o ritmo,
Há uma orquestra nos meus dedos e em minha alma,
Sonhos de amor e uma letargia de pressentir o que acontecerá
E o que já foi
E o som da indiferença
Que é já uma rotina
Quando personifico a energia de calor
Ou o sabor de derrota
Na impaciência da palavra
Que surge como emprestada de um tempo que se avizinha.

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