E a luz por vezes vem devagar soprar-me nos olhos entontecidos
E sussurra imagens de consolo ao acordar plano e desconcertante de uma noite em repouso,
Depois o mundo entra como cálculo ou artimanha ou sorridente ou sério,
Há temperamento nos assuntos e situações que enredam este acordar que se desembaraça
Ao longo do dia e veloz como uma pena ou algo lento sem entusiasmo.
Acendo imagens como registo ou corpos nus embevecidos na paz de si mesmos no mistérioso conhecimento
dos corpos lentos que se misturam e transfiguram
Na imagem que se decifra.
Há uma situação de desconhecimento face ao abismo, um calmo retorno ao silêncio que nunca acaba,
Há memórias, um suave cheiro de tabaco, um arrastamento na indústria do mimetismo ou
A improvável metáfora ou o sinal calado ou nada de novo.
Há muito por decifrar na solidão, uma mão que segura um objecto , uma crisálida,
A serena alma, um gesto de acaso, uma ambição de sucesso, um choro sem lágrimas,
O instante de jangada que movimenta o ser, a calma de cetim,
Resto desigual e nunca estático e mordaz no que não digo,
Porque nunca o real é a realidade ou a condição de existir
E a sombra nunca finda mesmo na noite dos sentidos.
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