Andaluz e como uma seda de Maio,
Embebido em noturno silêncio,
A imagem é frenética e chove dentro de si,
A cidade escuta os movimentos e o cancro de alcatrão emudece
A esfera de orvalho ainda perene,
Ainda imenso e perdido em múltiplo e oceano de mágoas
Como uma conquista num dia negro e sem bandeira,
Sem história, sem condão, sem cor,
Arrasto a feira e o elemento neutro, a manhã de medo,
O tocador de céu mudo e sem rosto,
É perentória a morte, o vão do caminho ainda trás luz
Quando mergulho em mocho o canto do pardal em ninho de avestruz,
Obtusa parede e rede como asfixia e um cano rachado
Ao som minimal de vizinho que anda numa madeira na sala,
No giz de quadro uma esperança de pulga e um exame inconsciente
Pois nada é certo no momento da razão que sufoca em temperatura
De música que acerta compasso em muros de dentes
Berrando o nada e o oscilante poder de nada no rosto de faculdade
De atchim e santinho e rebuçados peitorais
E uma aspirina que cura preconceitos e constipações
Mas que me preocupa deveras o sentido justo da palavra justiça e humildade
Ser uma peça de teatro ao contrário.
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