Ser poeta é ser ninguém,
Uma desilusão, uma tarde de musgo,
A gente mexe um segundo, uma segurança, um enredo que deslumbra sempre,
Trago o silêncio noturno na face de pedra,
Construir muros, estradas e moradias,
Pessoas azuis e ondas que respiram,
Nunca soube quem sou,
Atrás de luz, sigo em frente,
É longe, mãe,
É tão longe o que sinto,
No lago que me devora caí numa imagem de séculos de me perder,
Mãe, ainda preciso de ti,
Sempre cálculos,
Isto é muito e eu sou pouco,
Sou a madrugada que me engole inteiro,
Não alcanço o verso, amor desabrigado e lento,
Mãe, porque sou eu que desapareço todos os dias?
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