terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ambição

O pobre coração cortado em ferida,
Atado sobre uma cruz jaz a sombra, a emoção de cordel,
A alegria de cantar bêbado a um Deus de memória
Que reencontro a cada esquina do passado que arde no pensamento,
A onda volteia como imagem sempre crua
Impressa em mão que escorre todos os dias e mais rosto de signo
Que lanço ao encontro e desencontro de algo que pressente
A mesma conduta, a mesma acção de papel,
És uma ficção de nariz, uma nódoa de giz,
Um filho de vento amolgado
A um sentimento que resiste ao amanhecer,
Há muito a conquista resiste, há uma década
Nasci e morri tanto e tão pouco
Como sempre na ignorância de um gesto inalcançável
E sempre actual de te dizer em segredo que a luz
É uma força que vence a dor no peito tão dentro de nós
Que um segundo faz a eterna glória de sentir que tudo é real
Quando acreditamos que tudo vale a pena.

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