Esquece a história, a musica, a natureza,
Prende a vida, o amor em meu peito ansioso,
O verso maldito e tosco desprende a trova da cegueira,
Tentar, conseguir, subida marginal para cair
Tantas vezes até me encontrar em olhos que me lêem devagar,
A suave indiferença, o filme enrolado do meu mundo consciente
De sono e carros e espinhos,
A rosa murcha, o perfume irritado,
A ideia deitada no mudo gesto de sentir,
A cabeça ergue a janela quando espreita o menino que ri o mundo,
O menino ri muito para voltar a sonhar acordado em futuro,
Adormece a solidão, são horas de relógio,
É tarde para pensar, tudo frívolo na mensagem,
Ainda não surdo ao som, só ouço as consoantes da cara
Que respira o ar de chuva,
Sou lento, tragédia sem choro,
Talvez nadando em umbigo que prende
A vogal de espanto,
Talvez amanhã ou outro dia faça valer a pena o que ouço
Todos os dias, o gemido incolor de traição
Que afundo em coração que resiste.
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