Não gosto de ninguém,
Tudo me é indiferente,
Somente eu interesso,
Não ouço e tudo esqueço.
A vida é uma fogueira de nula sensação,
A morte é a fronteira do adormecer de ansiedades,
Porque me sangra a ferida do ódio de existir
E a Deus é onde desejo o que me falta,
O que me foi roubado,
Destino de linha de mão da vida entrecortado
E do presente o que fica é ócio,
Sou só eu, ninguém mais interessa,
Digo eu apressado,
Como ritual, devaneios de uso e costumes
Muito simplezinhos, todos sorridentes,
Por vezes como desejaria nunca sair da cama,
Entrevado,
Ou internado num qualquer lugarejo
Onde não visse a luz do dia
E não tivesse liberdade,
Mas a inutilidade de pensamento
E o meu corpo disforme
É já prisão de anos e anos,
Dias doentes, afetos recalcados,
Acenderei uma vela ao que não alcanço,
Ao que me está guardado,
É morte o que querem
Aceito de bom agrado.
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