A luz é um fenómeno,
Escuro sou eu,
Perco-me em estradas, becos, caminhos sem fim,
Há eterno cheiro a maresia no ar,
Um Agosto que é madrugada
E um navio que nasce no céu.
Silêncio que a noite morre,
Que vasto acenar ao azul
E já sou ave que procura a imensidão,
"É triste ser como sou",
"Acreditem que é sério",
"Não brinco, é real o que digo".
Tenho todos os perdões do mundo,
Feridas atrozes em meu pensar,
Corpo dorido, ah que dói tanto acordar,
Que fictício é todos os dias,
Que imagem busco, como tudo é culminar do vago,
A saga, a emboscada, procurar nada e nada ter,
Oiçam isto que não percebem,
Leiam todos os livros do mundo,
Pois os meus olhos têm todos os horrores desta vida.
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