Espera um pouco,
Ainda a noite é escura
Sem estrelas ou ilusão,
A noite é escura como esconderijo,
Saudações e lamentos,
Ainda a mão toca o vazio
E ainda os mistérios pontos de interrogação por responder,
Os animais esgueiram-se velozes,
Assim, como imitação de gente,
Olhos tristes, envergonhados,
Por eles todos os adeus,
Todos os fados,
Toda a miséria
E pestanejar os sentidos
Tão críticos e dementes,
Assimétricos,
Candeeiros, lusco-fusco,
Solidão.
Trova marginal que se prende do meu coração
Cru e tantas vezes sem cor,
Tantas vezes bate o coração,
Tanto como o não sinto
Nesta improbabilidade de sentir.
É ritmo, uma sequência,
Relógio ilógico,
Palavra sem som,
Tempo de adivinhas,
Eterno popular.
Ainda falta acordar,
É cedo ainda ter luz,
Ainda os conceitos são lágrimas,
Fronteiras da invisibilidade da alma nua.
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