sexta-feira, 19 de junho de 2015

Cidade

Como embriagada é a vida em lenta agonia,
A placidez de momentos como um náufrago, como barco ou cruz,
Os nós demorados de ninguém e a certeza de somente palidez ou ramos,
Agita noite a imagem de vento,
A manhã incolor que desfolho o acordar nu,
A semente e a súplica,
A morada, a estrada,
Estáticamente o rugido de uma mão,
Cegos e ciganos e crianças,
Uma escola, um prédio,
O sonho começa na cidade
Resmunga os dias,
O céu espera por eternidade,
Desliza a palavra no café de soluço
E uma conta faz uma tapeçaria no momento de dizer até sempre
Como antigamente se escavassem detritos,
Como se apagasse a luz dos cegos
E se ungisse de sono
O leito cor de rosa de tigres de savana.

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