A imensa luz que resta é uma vela num quarto
Que olha a velhice, rugas e choro,
Não sobeja nada,
Nem alegria, nem ilusões,
Deserto de alma que respira um lamento,
Uma cerveja que fica num copo abandonado,
Mexo o espelho, talvez mais uma imagem,
Um exame, uma inspiração,
O mocho do rosto, o corpo de sala,
Ainda não eu, ainda a pele,
Desperdício que embala um soneto de Camões
Na beira de uma estrada,
A rir-se de si mesmo ao sentir-se infantil
No que não sou, no vicio de calar
A imensa voz de canto de choro,
Pranto despido de incoerência,
Palavras de romantismo sem cupido, sem flechas,
A dormirem em silêncio
Porque incomprensíveis a todos
Na maneira de ser como verso de flor de mato
Que sem olfato tateia a cor de sempre sem amor.
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