sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lágrima Triste

Em que pensarei agora no momento vago,
Na iluminação de trazer começo ao verso
Que, sonâmbulo, acorda ideias ainda dormentes,
Ainda não caçam o acontecer na imagem
Do vago acordar,
Como estrela que se olha na imensa noite
Os olhos são um esvoaçar
De mágoa como cinema de escuro final,
Sem happy ending,
Nada que escuta, nada que semeie amor,
Apenas a incerteza de melodia,
Talvez faça um pacto, talvez melindre o jogo de peão,
O jogo de faz de conta
Como artimanha de idiotia,
Enfim, lavam-se tintas e corpos
Receoso no sempre longínquo sonho
Que me circunscrevo,
De ilusões aqueço um eterno bocejo
No serenar de mágoa que aceita tudo
Porque o engano é plano,
O silêncio escava segredos
Na sentença de cabeça que ri
Ao mudo espanto
De acender a luz ao verso de ser alegria
O momento oportuno de sentir que
Vale a pena sentir-me só no meu mundo de contrastes,
Da ciência de embaraço,
No jogo de cabra-cega que rói a convalescença,
De acabar com o ser pequeno,
No ser que nasce todos os segundos
Na nossa emoção de olhar o porto de partida no destino
Que chega e vai como pássaro infinito
Do mundo que não alcanço na embriaguez de uma lágrima triste.

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