sexta-feira, 19 de junho de 2015

Todos Dias

Decidir a fixidez, a hora exacta,
O leve enlanguescer da manhã
Metamorfose de corpo de laranja e rosa,
Em atropelos e multidões corro em busca de mim
Como animal de submundo
Em busca de um gesto que indique a voz,
Ser eu que me perco em rostos e soluços de memórias,
Um jornal que gasta tinta de chuva
Num dia que cospe fogo
De silêncio,
Perdi o jeito nocturno,
A vaga maneira de me transformar,
Respirar a fuligem de aragem do negro,
Luzes acendem a ilusão
De afecto e um assunto nulo de existir um mocho
E um desgosto por ter percorrido as noites de carne e osso,
Num dia que fecha olhos,
Janelas do relógio responde tosse no cinema de emoção,
No afago como pedinte de sombras
Dispo o corpo como vício,
Mergulho em sono,
Pressinto a nota de musica
Da madrugada de todos dias ser luz.

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