A casa de contemplação do ouvido que ergue a voz,
Sons de estrada,
Na madrugada dos sonhos embriagados por desilusão e mesquinhez
Fazia a andorinha o seu ninho de olfacto
E a sórdida vizinha do cupido analfabeto de imagens e luz
Discorria um discurso de cegos que pedem esmola no metropolitano.
Assim que eu cheguei a Lisboa no meu nascer descendente
Acordei em atirar pedras à injustiça que mora no prédio ao lado do meu.
Por vezes sou inútil e demente mas isso é meramente normal,
Assim como a imbecilidade é aceitável desde que vá num passeio contrário ao meu.
Fazer cócegas no que não é de rir é moribundo
E gracejo porque a monotonia é um modo de ser que não gosto.
Do riso sei eu o que custa uma lágrima,
Do sonho que volteia em realidade
E realidade de sonho e fantasia do veneno,
Sim, teatrinhos de estrada e embaraços,
A cerveja é uma forma de estar como tremoços e vadiagem,
Viver não sei o que custa,
Vida e morte é incógnita de sábios,
Talvez insista no teclar de pianos,
Talvez persiga no ar o infinito,
Mas morrerei feliz nesta infelicidade de processo.
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