De um copo de maresia se faz poesia,
O delicado ardor, embriagues e doçura,
As luzes ficam turvas como passos alcoolizados
Na madrugada de regresso ao leito que nos espera.
É lenta esta agonia maníaca de minha alma
Errante em busca de limites na imensidão de sombras.
Não deixo o encontro de ansiedades me detenha,
São todos estes dias como vertigem de enganos no céu azul, intenso.
A tua honestidade e desembaraço despi anos atrás nesta memória de calma,
Descalcei a emoção, fiquei descalço, nulo.
Andei muitos anos, procurei a sanidade entre barulhos,
Sons toscos de uma vitrola num quarto de cidade,
A mulher desce timidamente a saia,
Arranjando-se, alindando-se,
Embaraçada por olhares dos homens já de voz solta
Nas mãos com uma garrafa de cerveja.
Quando desci as escadas do vício,
A realidade foi um segundo apenas,
Um luto ou um traje.
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