domingo, 17 de julho de 2011
Cântico do Desespero
Este é um cântico do desespero, do sórdido, do ultrage,
Pois eu não sei quem sou ou o que faço.
Sou um ser que não reage
Preso que estou no meu ilusório cansaço.
Perdido na imensidão do mundo
Vagabundo,
Porque não sou um mortal comum?
Chego à conclusão que sou mais um rodeado de milhões de pessoas.
Agora que vejo as outras pessoas pela janela do mundo
Perco a fala e o ouvir,
Sou sempre o que chega em segundo,
Deixei-me pelo delírio possuir.
Em pleno Verão tenho frio de me sentir carente,
Tenho a angústia de ter o aparente como companheiro de alma.
Se ao menos fosse consistente...
Vivo as horas e dias com uma sórdida calma.
Não há flores no meu caminho, só pó de estrada e chuva.
Só ouço ruídos, sons desconexos sem sentido,
Como pessoa com miopia que vê tudo turvo,
Pelo tempo abatido.
Acabei por ceder ao tempo, esse substantivo que tem uma imensa força,
Pois o calendário é ditado com o nascimento de Cristo.
O meu tempo é fuga aos tigres pela corça,
O meu calendário é um mero registo.
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