sexta-feira, 22 de julho de 2011

Cântico à Noite


Quero á noite dizer
O que me for permitido dizer.
Porque a noite tem um secreto íntimo
E só ouve quem quer ouvir.

Mesmo assim te digo
Que de ti todos os dias me despeço
Por desaires do espírito e da saudade.
E sei que não me amas como amas a lua e as estrelas,
Tu que és ritual de passagem e de marginalidade.

Sei que vou, no futuro, rezar de mãos postas
Que a tua luz matinal venha todos os dias florir no meu coração
E eu invente uma nova melodia aos pássaros.

Noite, vem adormecer-me nos teus longos braços
E embalar-me em noites de apaziguamento
Que eu o fio do horizonte já perdi
E só do luar colho a tua luz com que ilumino a minha alma.

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