sexta-feira, 15 de julho de 2011
Os Assassinos
Ainda lembro a noite do meu perecer,
Era noite, havia pessoas e cumplicidade no ar,
Eu, ausente e presente no meu mundo de cor neutra.
Aceitei o jogo cego que se me apresentou.
De um trago bebi de um copo o esquecimento e foi como um punhal dilacerasse a minha alma.
Bebi o veneno letal e depois houve rituais de folclore disfarçado de opulência, dançares e questionares do que é puro e sadio.
E questionaram o meu nome e disseram os deles como se renascesse ali uma nova identidade que perdi para sempre.
Depois houve enganos e frases tontas,
Ditos jocosos a humilhar a minha nova condição de ser alheio a tudo e todos.
Eu zonzo da música e da inocência que resvalava em som de zumbidos e cabelos soltos a dizerem que não e olhares distantes que se tornavam próximos...
Os nomes, quem sou eu?
Tudo num misto de nevoeiro denso.
Sentei-me perto de uma curva de estrada ficando a observar os carros que se afastavam...
A noite escura e eu lívido sem noção do que era noite e que havia estrelas e que havia céu...
Eles partiram eu fiquei a digerir o veneno que pouco a pouco foi fazendo subtilmente o seu efeito.
O desprezo, a humilhação, os dias que passavam e eu cada vez mais díspar da realidade.
Nesse dia chorei, lágrimas de dias e anos.
Foi a noite cruel dos assassinos.
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