Sons de bombos ritmados com cadência,
Vozes negras cantando versos de magia,
Dançando nas miragens da inconsistência,
Serpenteando as coxas e as mãos em sintonia,
Inconsciente ia eu ao som da melodia.
A abundância de corpos que se abanavam,
As luzes a piscar nas suas ambivalências,
Os espelhos reflectiam imagens de deformação,
A pista de dança era um circulo de aparências.
Olhos esbugalhados, carnes que se abanam,
Música rouca e húmida que os ouvidos escutam,
A dança assemelha-se a uma luta,
Há gestos, mãos, pernas que se degladiam.
Uns observam, outros fazem da dança a sua canção.
Há decotes ousados, mãos que tocam,
Há bebida a jorros, amantes perdidos,
Eu calmo e sereno continuo na minha dança de infeliz solidão.
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