Não há nada que nos una,
Nem o teu sorriso,
Nem o teu colo.
Na tua coxa, no teu peito
Há uma urgência,
Um grito de sabor passageiro.
Não nos pertencemos,
Foste feita para coisas distantes e remotas
E eu sou já um sonho reminescente de longa data.
Relógios perdidos,
Agasalhos que estorvam os gestos,
Miragens turvas,
Espelhos estilhaçados pelo tempo.
Sobre a tua sombra,
Uma fotografia nossa num jardim de saudade.
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