segunda-feira, 14 de abril de 2014

Desânimo

Senti frio, gemi de dor
Quando tudo enegreceu,
Tudo em vão,
O que fui, o que sou...
Esta é a imagem de anos,
Mazelas, atritos, desmaios de alma,
A lua em cima e o pensar que já não atingia qualquer resultado,
Tentaram-me, perseguiram-me, 
Brutal sombra de pânico e horror,
Deitei-me em camas desonestas,
Sono atormentado, 
Fúria de mim mesmo
Nesta ambição de me erguer,
Soprei demónios, recolhi isolamento,
Vi verdades nulas em troncos de árvores vazias,
Acordei o pensamento em sons de animais estridentes,
Como é oco o crânio e o braço que nele se apoia
Nesta emoção de querer desaparecer ou de nem pensar,
Selei oceanos de mágoas dentro do meu peito,
O tempo, amigavelmente, depositou-me em sítios de desespero,
Inimaginável para alguns,
Mas cobri atalhos da memória em mais turbulência de sentidos,
Enganos, medo de olhar em frente,
A história é um facto que paira, não existe,
Rituais, desalento, miséria de ação,
Reação ao real,
Batotice de vício 
E um profundo desânimo por tudo o que tentei ser.

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