A Sofia lê um livro de Filosofia.
Sofia gosta de pensar no Universo,
Na revista do suplemento de Sábado,
No folhetim da televisão.
Entre enredos de amor ficcionado, enlatado
Desconfia que no teste vai sair a matéria
Da Crítica da Razão Pura de Kant
E talvez a Dialéctica de Marx.
Um cigarro à janela,
O vento puxa o fumo para o exterior
E Sofia pensa em tudo o que contém uma uma lágrima perdida no mar
E no rapaz do quiosque que de manhã lhe acenou
E ela corou.
É talvez a filosofia que leva Sofia a desfiar as palavras
Ditas em assuntos de raparigas nos balneários
Quando falam de rapazes, de amor.
Sofia não tem namorados,
Porque não quer ou a timidez não deixa,
Por vezes Sofia desconfia do amor,
O que ela faz aqui sozinha neste mundo.
Sofia tira fotografias,
Sofia sente-se cordel,
Um bocado de papel
Que desconfia do papel do amor, na vida.
Sofia é como uma oração
Em que gestos, assuntos, temas e debates
Têm uma mensagem de louvor.
Sofia desafia o espaço,
Cordão umbilical da humanidade.
Sofia estudava filosofia
E um choro íntimo,
Vindo das entranhas da ilusão dos seus olhos,
Rasos de choro,
Não compreendia que filosofia
Sofria do estudo de lágrimas
Do mundo dos seus olhos.
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