Subi alto neste destino de nada ter,
A ambição como fogo mortiço,
Agasalho de estorvo,
Ingénuo vício de bem querer.
Em meus passos caminhos doloridos,
Conspiração de memória imaterial,
Infortúnio de remendo,
Desertos despidos e estrofes feitas de intempéries,
Horas de sono e instantes,
É sempre este voltejar, circular, angular,
A mensagem cega, elevador parado entre andares.
A saída nula, mórbida e o desejo de sobretudo regressar,
Nada presta, digo feroz,
Incoerentemente arrasto os pés junto a enredos
Onde se prostituem as almas vazias, idólatras,
Fim de percurso.
Marinheiro sem eira nem beira,
O mundo é uma ideia
E eu vou acertando flechas em contentores de miséria,
Trazendo ilusões e semeando pistas
Para depois me erguer, perder, achar
No inconsolável sustento da alma que nem sei onde se encontra
E onde a poderei arquivar neste dia que passou, volta sempre a passar.
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