segunda-feira, 14 de abril de 2014

Madrugadas de Memória

Fazer-te tema, assunto,
Dar-te cor, amor, emoção
Como criança que aprende a tabuada
Num pequeno pedaço de papel.

És assim, nada que sou
Nada que me sei,
Verso neutro de coração,
Ritmo cardíaco em cadência,
Exame que, aplicado, estudo
Para te saber.

És tudo aquilo que não sei,
E se desintegra na multidão,
A magia das probabilidades,
Porque não sei definições
E já tudo é a dor das ausências.

Que som tem o virar de página?
E qual o substantivo solar que me ocorre
Quando penso na tua face?
É tudo tão confuso,
O que me lembro
Ao fechar os olhos,
Ao dormir o teu corpo
Presente, ainda, neste noite
Que me atormenta,
Nestas imagens de alma,
Madrugada de memória.

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