Somos corpos tristes, pintados no papel de ser gente,
No degredo, no cinzentismo, na ilusão
Caminho os degraus de mimetismo de ontem
E a sorte encarrega-se de sonhar
O que choro contemplando a memória de sofrer como pranto de fonte,
De fronte de calvário,
Os espinhos cobrem o meu manto de treva
E bocejo já a idiotia,
A rotina e retina de coçar a palavra
Amar tantas vezes desenganada,
Tantas vezes me apoiei nos candeeiros
De luz de engano,
Na noite de sono,
De buscar-me no meu arfar
Que encerra a página,
A folha falsificada na letra que treme inconstante
Soprando o meu nome
Que sente o todo eu
Que respira em meu corpo de susto,
Meu amanhã de temporal,
Virtual como uma lágrima
Que cai de meus olhos de alma.
Sem comentários:
Enviar um comentário