Não sei se consigo a quimérica vida sonhada,
Custa ser eu nesta demanda de processo,
Resisto na ambiguidade de ser que procuro,
Enterros de pessoas como exames de consciências,
Quando morrer far-se-á luz na Terra,
Mas o que resta a este corpo senão desdém,
Já origem e embaraço,
A mansidão não conheço apenas batalhar o mundo,
Se espelho não chega
A imagem não é real,
O corpo caminha só mas atravessa almas,
Sempre nocturno em dia de paz,
Pensei em ser outro e não pude,
Sempre o reflexo e imagem e eu não mesmo eu,
Nulo e gasto,
O meu filme resiste a choros e desníveis,
Nunca fui quem quis ser não podendo ser quem sou,
Sei de muros e reclames e rótulos,
Tudo que passa na penumbra de sonhar,
Não alcanço,
Não me pertenço e dou-me sem definição,
Identidade desapropriada
Encontrada no faz de conta,
Talvez encontre quem sou na ambição de sentir que valeu a pena viver.
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