sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O Amanha

Passeio solto em retalhos de casualidades sonâmbulas.
Esparso, curioso e solto ou lento, amorfo.

Desdem, desdenho-me,
Sim, busco o impossível,
Sou eu o acaso ou o que não estava previsto acontecer.
O sonho, a minha verdade.

Uma vida é composta por dias, horas, anos, minutos,
Eu não tenho relógio nem sentido de orientação.
O amanhã é sempre o mesmo dia que ja passou.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Domingo

O dia de Domingo é calmo e desértico,
Mar de complacência terna.
A musica que passa é um sussurrar suave,
Leve brisa de final de tarde.

Vozes que chamam o meu nome,
Mas eu não presto atenção, estou paralisado
Presente num futuro de brava sabedoria.
Nunca é esta a minha realidade.

A voz distante do destino sem razão que suspira por mim é talvez chamamento divino,
Nesta permaneço atento, há vozes que me seguem...
A Terra vive, chora, chora-se, há um eterno peso de magia.
Uma leve película de aragem silvestre envolve-me suavemente os sentidos.

As horas do sino da igreja que ouço pelo ar
Invocam-me imagens maritimas, distantes,
Miragens desmaiadas, sem corpo nem espaço.
Eu eterno náufrago sem rumo...

Olho o céu,
O brilho das estrelas são como olhos de Deus
Guiando-me no mistério cego da fé.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Tudo e Nada

Diálogos esparsos, casuais, sonhos reveladores.
Um cigarro ao vento.
Alguém me faz uma pergunta.
Não sei responder.
Gostaria muito de poder alcançar o mar, as estrelas, o amor, a eternidade
Porventura dialogar palavras no mar de conquista de felicidade
A mágoa de virtude, solidão enredada.
Triste a minha condição de sofrer por tudo e por nada.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

O Louco

O louco estende-se na soleira da porta.
Anoitecem-lhe os olhos de choro soluçado.
As olheiras, as rugas, o rosto cansado.
O céu persegue-lhe a mente, a lua guia-o no seu caminho,
No casaco, suavemente, acaricia a história de um amor perdido.
Cumpre o mistério divino e secreto da eternidade.
Muito baixinho recita uma oração de igreja
E pede com todo o fervor por um amanhã de realidade.