sexta-feira, 4 de maio de 2018

Ao Vento

Ao vento, longe e perto,
Ofegante e sistemático como prado de ondas que param junto de mim,
Laivos de robustez e idiotia que foge rente aos pés,
Nada é infinito, nada pára o tempo e a casual fuga de sons milimétricos que cismam a união,
Mas entender o plano e a superfície e o acaso diminui a alma
E enredos e trâmites e carapaças e animais marinhos vêm aproximando-se mesmo lentos de rastos breves na pradaria do sonho,
Tentando o físico, a calma, a paciência e o enigma como plantas na varanda do espaço que abranda o ritmo,
Carros e fábricas, palavras simétricas e pesadas caem no lento café
E acende-se o sentir e a música imita ambientes de murmúrio e bafio semi-lento e estático como um barco perdido na memória,
Cálculo de sinais emigrantes de sentido que resmungam ao ouvido.

Sem comentários: