Outra vez com certezas incertas,
Novamente e entretanto como sempre,
A solidão de braços sem força,
Um sopro de velas e sem fôlego grito,
Um mundo desaparece num dia,
Arrasto o desumano de concreto
E as palavras são tristes nos olhos,
A luz apagou,
É um choro de sinais sem culpa,
Não interessa o tema ou contexto ou circunstância,
A luz que cala e apaga,
A imensa paisagem não estremece,
A poesia é uma abstracção de apontar o dedo,
De colar-se em corpos e desatar em jorros
De sentimentos de carne,
De fazer um canário soluçar no ouvido demente de luz embriagada,
Quando me perco sorrio,
Há sorrisos na tristeza e um tom de dúvida
E um gozo, sentir a piada que morre a todo instante,
Embebido em noites de ódio,
As danças da luz que nada simboliza,
Apenas um negrume no meu peito,
Ainda falta muito para chegar a minha hora desonesta.
Sem comentários:
Enviar um comentário