Hoje a escrita é um acessório,
Um braço de nós, rosário de imagens,
Um cabide de armário,
A escrita respira rosas,
Um vento do Norte traz notas de música,
Lamentos de serões,
Papéis de angústia,
A tarde lenta de pensar no que é o corpo
E um muro de lamentação nos versos de agitar a peneira,
Saciando letras, dores de progresso,
Alma incolor no caminho de ir,
No trejeito de barafustar,
A espécie desajustada,
Imaculada memória de sentir a liberdade
Como um processo lento, demorado,
Sei de lições e serões e sarna,
Sei de tudo e nada,
A conquista de felicidade no sopro de um balão
Que voa no regresso de medalha,
Nada é válido na moeda de troca,
Na malícia de um policia,
Na toca de um pássaro lúgubre, desajustado,
Já não quero o significado e torturo talvez o semblante
Na face de objecto e
Sacrifícios de pedir a musica,
Pedir um faz de conta
Como bicho doente
E podem apagar a luz,
Nada é o que fosse
Na ilusão do que poderia ter sido
No silêncio de uma saudade,
Na ousadia de escrita.
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