quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Imaginar

Acendo a luz, que vejo senão sombras,
A labareda de imaginar, cosmos pacífico,
Três pianos de cauda e um leve assobiar,
Estende-se o corpo tentando o sossego,
Há à noite um gato que mia consolando o sonho que dorme,
O gato chato e a vizinha com uma mola de roupa
E demorei um relógio inteiro a concentrar-me,
Trouxe um rally de carros no copo de vinho do Porto,
A snobeira de Lisboa é marítima,
Ao som de máquinas articulo o coração que estilhaça vidros em momentos eternos,
Um quadro já nem soma ou subtrai equações de imagens por ser antiguidade por desvendar,
O vento é apenas vento como uma fala de egípcios sem amor ao tempo que corre,
Há um alçapão no contexto e um baralho de escadas,
Um ser que resiste e um acrescentar desejos como chave e cofre
Como rima e verso, conversa ou apenas um pássaro nativo de África.

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