As palavras gastas e melancolia do emergir
Neste mundo exausto, cáustico de pressentir
E se vou algo diz não
E se atinjo o alvo quem faz de idiota sou sempre eu,
A vontade indómita de reagir,
Abstracção de textos e sou eu uma cópia de vapor,
Presságios de perfume e tez de palidez que emite frequências,
Posso falar, acordes de sintonias,
Papéis em três actos
E as pancadas de Molière,
O som mudo de pele e um comboio de náufragos
E coletes já sem vida
No desatino de comer uma lata de atum
Como ceia de Natal dos pobres,
As estações são um frenesim de multidão,
Ninguém me vê,
Ninguém acende a minha vela de aniversário
Que contente sopro todas as noites
Como ilusão de ter sido dia como antigamente,
De ter sido eu que não sei quem de fogo queimo o casaco
E constrói-se o tempo das almas,
O tempo dos sacrifícios e pianos enjeitados,
Uma criança já não é criança
E um corpo é um cabide doentio que se prende num armário descabido,
Nada é talvez o processo de tudo.
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